Habitamos uma espiral corrosiva de destruição. Observamos o corpo de forma simplista e corremos atrás da produção de um outro corpo. Este não está bom. Somos contaminados pela norma vigente que só existe no lugar da opressão. Este corpo não serve. Chafurdamos tais figuras excluídas no curral porque nunca nada é suficiente. Neste cenário imaginado, o ferro conta a sua história no corpo, dura e violenta, mas há excrementos por todo o lado e vivemos no paraíso. Através do fascínio da reconstrução do meu próprio corpo, analiso e recrio representações contraditórias do objeto que é o corpo. Torno a reconstrução do corpo, a minha musa e através dela adoto o processo ao corpo do outro. Estamos no campo da objetificação e também da problematização. Interessa-me homenagear os corpos por aquilo que são, através da sua própria história e saber. Interessa-me usar o corpo uma linguagem crua, violenta e erótica, como espelho da representatividade do corpo na sociedade, sem ser obrigada a normalizá-lo. Utopia é uma performance duracional sustentada entre a transgressão e a opressão dos limites físicos. — Diana Niepce
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Ficha técnica
Criação e direção
Diana Niepce
Interpretação
Ana de Oliveira e Silva, Diana Niepce, Inês Cóias, Tiago Barbosa, Tiago Mateus
Desenho de luz
Carlos Ramos
Música
Gonçalo Alegria
Cenário
Franko B
Figurinos
Silvana Ivaldi
Fotografia
Alípio Padilha
Conceito de vídeo
Carlos Ramos, Diana Niepce
Edição de vídeo
Ema Ramos
Assistente de Produção
Nuno Pratas
Produção
Terra Amarela
Difusão
Something Great
Apoios
Alkantara, Biblioteca de Marvila – CML, O Espaço do Tempo, Ribapor
Coprodução
DDD – Festival Dias da Dança, Teatro do Bairro Alto
Observações
Este espetáculo contém representações de violência, luzes estroboscópicas / intermitentes e sons muito altos / intensos
Texto em português