Inspirado no universo visual e conceptual do artista Christian Boltanski, é um espetáculo para honrar o registo e a pequena história.

“Rumor” insere-se num ciclo coreográfico que Providência tem vindo a criar no Teatro do Bolhão e que têm como referentes obras de artistas plásticos contemporâneos. A obra de Boltanski, - pintor, escultor, fotógrafo e realizador - serve de mote a este trabalho. A sua presença não é, contudo, uma opção meramente formal do espetáculo: as matrizes, mais particularmente no que respeita às temáticas da morte, esquecimento, infância e memória, constituem as linhas de força do espetáculo. De raiz biográfica, real e ficcionada, o universo criativo perspetiva-se como uma viagem pela memória e identidade. Está em jogo a procura pela ‘pequena história’ que há dentro da História: de que forma é que as memórias de família e os pequenos registos são um respirar vivo da História que vai sendo escrita nos livros? Como é que a experiência íntima reflete um determinado contexto e de que forma é que a memória desta experiência persiste? “Rumor” procura ainda, nos registos e testemunhos de presos políticos portugueses, encontrar um reflexo vivo do contexto social e político de uma ditadura.

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