Desde a sua criação, há nove anos, o DDD – Festival Dias da Dança tornou-se num ponto de encontro para quem cria e quem aprecia dança, proporcionando um fórum efémero, mas vibrante para a imaginação coletiva que se estende ao Porto, a Gaia e a Matosinhos. A cada nova edição, encontramos a dança nas suas múltiplas formas e expressões. Apesar de não haver uma imposição de temática fixa, inevitavelmente, há temas que surgem, moldados pelas visões artísticas que respondem ao aqui e agora.


Este ano, ao refletirmos profundamente sobre a passagem do tempo e os legados que herdamos, veio naturalmente à tona um tema recorrente: a revisitação – da prática, do património, de si. Algumas obras desta edição relacionam-se com as histórias do flamenco, da salsa, do tanztheater, do drag, entre outras. Mais do que homenagear essas formas, reenquadram-nas e reclamam-nas, jogando com o movimento e o contexto num espírito de colaboração.


Para além das estruturas da dança, o programa deste ano continua a incorporar um reconhecimento mais amplo das histórias pessoais e culturais – histórias de migração, trabalho, género e propósito. São obras que brincam com as convenções e propõem narrativas alternativas. A vivência que cada pessoa terá de cada espetáculo poderá ser diferente daquela da pessoa sentada ao seu lado. É nesta abstração – nesta ausência de uma interpretação única e definitiva – que a dança tem o seu poder mais transformador.


Por detrás do trabalho visionário de cada artista, acreditamos que o programa deste ano aborda as possibilidades radicais que abundam no mundo e a capacidade de a dança chegar ao público para lá da língua, do sotaque e do dialeto. Seja qual for a motivação ou o feitio, vamos dançar.


Vamos dançar para recordar.
Vamos dançar para invocar.
Vamos dançar para lutar.
Vamos dançar para fazer o luto.
Vamos dançar para celebrar.
Vamos dançar porque podemos.

Por isso, vamos dançar!

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